Supostas dívidas
Se sentado ignoro o movimento do mundo
Eles que se movendo ignorem o meu repouso
Não lhes devo a minha felicidade
Se acham que esta cadeira me torna hipócrita
Eles que preferem opressão a hipocrisia
Sejam burros, e não lhes devo a minha coerência
Se me tentam montar, se me tentam sequer tocar o ser
Com o pretexto de retorno à sua realidade
Não a escolhi, não o escolherei, que escolham eles outro
Não lhes devo os meus sonhos
Continuem eles a esculpir o seu modelo de oponente íntegro
A integridade não me vão tirar
E tiro-vos entretanto a lógica
E aí vos fico a devê-la, vampiros retóricos