Volta
Estás à espera de refúgio?
Não, não
Não escapas
Tu vives, sim, sim
E um dia hás de morrer, mortal
Numa morte que nunca te há-de ressuscitar
E, se queres que te diga, ainda bem
Que este mundo tem paciência curta
Por falar em mundo
Olha à tua volta,
Pois é, pois é,
Existes
E tu sabes bem que existir é para fracos
Tens problemas, de certeza que tens
Mais do que tu querias,
Mais do que é suposto,
Mais que os outros
Mas isso seria o menos
Se não fosses um ser tão mesquinho
Tão medíocre
Eu diria até o pior dos seres
Sim, tu
Tu mesmo
Não é o leitor
És tu!
Tu, eu
Eu, tu
Nós
E se por acaso este poema não te serviu de abre-olhos
Servirá agora que acaba.